terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Mirabilia Medicinae 3 Online!
Thematic Number
http://www.revistamirabilia.com/medicinae/issues/mirabilia-medicinae-3-2014-2
...
1. Editorial: II UNESC Seminar of Medical Humanities
Hélio ANGOTTI NETO (Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC)
http://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/medicinae/pdfs/med2014-02-01.pdf
2. Research integrity and the impact of conflicts of interests on society: An Analysis in the Light of the Theory of Recognition of Axel Honneth
Márcia Cássia CASSIMIRO; Agemir BAVARESCO; André Marcelo M. SOARES (Oswaldo Cruz Foundation/PUCR/UFRJ)
http://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/medicinae/pdfs/med2014-02-02.pdf
3. The Use of Eponyms in Medical Practice
Fleury Marinho da SILVA; Rodolfo Costa SYLVESTRE; José Guilherme Pinheiro PIRES (Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC)
http://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/medicinae/pdfs/med2014-02-03.pdf
4. Beliefs, Values and Social Representations of Normal Birth
Luciano Antonio RODRIGUES; Bruno Alves da SILVA; Priscila Margarete Araújo Beserra VALENTIM (Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC)
http://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/medicinae/pdfs/med2014-02-04.pdf
Articles
5. Humanizing the Biomedical Model, and the Quality-of-Care Crisis
James A. MARCUM (Baylor University)
http://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/medicinae/pdfs/med2014-02-05.pdf
6. Bioethics in the process of medicine's humanization: an interdisciplinary approach
Euler Renato WESTPHAL (Faculdades EST/UNIVILLE)
http://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/medicinae/pdfs/med2014-02-06.pdf
Review
7. Book Review: Angotti Neto and the case against Medicine as Ideology
Ivanaldo Oliveira dos SANTOS FILHO (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN)
http://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/medicinae/pdfs/med2014-02-07.pdf
domingo, 28 de dezembro de 2014
MÉDICO, O GOLDENSTEIN DO PT
Emmanuel Goldenstein foi um personagem fictício criado na
alegoria política de George Orwell, 1984[1].
No seu romance, que é referência obrigatória para se entender como funciona a
política mundial depois da segunda guerra mundial, inclusive no Brasil[2],
Emmanuel Goldenstein era uma figura utilizada pelo partido governante, o
Socialismo Inglês (IngSoc), para despejar a culpa por todos os erros e
problemas enfrentados pela população submissa ao regime tirânico. O perigoso
Goldenstein seria o famoso líder de um grupo subversivo denominado “A
Irmandade”.
Seria algo do tipo: Faltou água? Foram os seguidores do
rebelde Goldenstein que sabotaram a Estação de Água ou que modificaram o clima.
Faltou comida? As plantações foram sabotadas por lavradores preguiçosos que se
uniram à causa de Goldenstein para minar o sucesso de Oceânia. Há inclusive a
“Semana do Ódio” e os “dois minutos de ódio”, nos quais a imagem de Goldenstein
é exibida para a catarse de uma coletividade ensandecida de raiva e frustração[3].
Estou falando do fenômeno conhecido pelo nome de Bode
Expiatório, tão bem descrito pelo filósofo francês René Girard. Desde o início
da civilização, os conflitos acumulados em sociedade tendem a buscar uma
válvula de escape. Um bode expiatório que catalisasse o ódio coletivo era
sempre a ferramenta ideal[4]. É
claro que com o advento do Cristo essa ferramenta de aliviar tensões ficou obsoleta,
desmanchada pela vítima que se tornara então o juiz de seus algozes e de toda a
humanidade.
Mas uma ferramenta obsoleta ainda funciona bem, ainda mais
num povo facilmente manipulado pelas estratégias políticas de baixo nível como
as demonstradas pelo governo brasileiro.
E no contexto de se buscar um Bode Expiatório para desviar a
atenção do que realmente importa, para desviar o ódio e a frustração dos
problemas do cotidiano e para capitalizar tudo em lucro político, qual seria a
vítima eleita? Sim, o médico.
Por vários anos a saúde no Brasil foi sucateada. Falta de
plano de carreira, fechamento de milhares de leitos hospitalares, falta de
investimento, incompetência na gestão de recursos (escassos) para a saúde e
constante evasão de divisas por razões ideológicas ao invés de investir na
saúde do próprio povo. Foi uma lambança.
Com a aproximação das eleições, uma convulsão social foge do
controle da elite governante e explode nas ruas com demandas contrárias à
política vigente, cobrando dos líderes coisas mais que óbvias como saúde,
segurança e educação de qualidade – o de sempre – e gera terror nas elites
dominantes ao se mostrar como apartidária (até mesmo hostil às diversas
tentativas de penetração partidária) e, pasmem, conservadora!
Chega então o momento de buscar o bode ou nomear o
Goldenstein da vez.
Na votação do famigerado Ato Médico, as diversas profissões
da área da saúde são voltadas contra a classe médica e inflamadas por discursos
de demagogos governistas que declararam em alto e bom som que o “médico inventa
a doença para lucrar com o paciente”, e que o ato médico era uma “opressão
médica contra as outras classes”, e outras imbecilidades extemporâneas da mesma
estirpe.
O plano de carreira para médicos é descartado. Os médicos são
taxados de ignorantes e mal educados. São acusados de ódio aos pobres e ojeriza
ao interior do Brasil. É instalado o controverso e suspeitíssimo “Mais Médicos”
logo após o “PROVAB”. Milhares de médicos estrangeiros que servem de
atravessadores de dinheiro para o regime cubano são inseridos no Brasil ao
custo do emprego de muitos médicos lotados no interior e nos centros urbanos de
assistência à saúde[5].
E agora a peça mais recente da propaganda de ódio do governo
petista do Brasil: os médicos são racistas e, por isso, atendem mal aos negros
e deixam os mesmos morrerem numa frequência maior.
Numa série de propagandas exibindo estatísticas completamente
fora de contexto, o Ministério da Saúde acusa os médicos de atenderem mal às
pacientes negras, por menos tempo, de forma incompleta e, inclusive, permitindo
um maior número de complicações médicas e mortes na população negra do que na
branca. Tudo isso sem referência nenhuma à diferença entre a proporção de
brancos, pardos e negros no sistema público de saúde, no complementar ou no
privado e sem referências para uma análise detalhada dos dados que não seja um
mero banco de dados de prevalência[6].
Alguns dos dizeres veiculados na mídia são os seguintes:
“60% da mortalidade materna no Brasil ocorre
entre mulheres negras. Entre as mulheres brancas esse número é de 34%.”
“74,5% das mulheres brancas declaram fazer o
pré-natal, enquanto 55,7% das mulheres pretas declaram fazer esse
acompanhamento.”
“A diferença entre os níveis de mortalidade de
crianças negras e brancas aumentou de 21% para 40% em 20 anos.”
“77,7% das mulheres brancas foram orientadas
sobre a importância do aleitamento materno, enquanto 62,5% das mulheres negras
tiveram essa orientação.”
“Uma mulher negra recebe menos tempo de
atendimento que uma mulher branca.”
E talvez uma das mais calamitosas acusações, curiosamente
removida após alguns protestos[7]:
“Em 2012, a taxa de mortalidade por doença
falciforme entre pessoas pretas foi de 0,73 mortes (por 100.000 hab.) e de 0,28
(por 100.000 hab.) entre pardas; enquanto na população branca 0,08 (por 100.000
hab.)”
O ardil é tão baixo que qualquer um ao estudar o mínimo sobre
a doença em questão – a Anemia Falciforme – descobrirá que é ligada a questões
genéticas e é hereditária, e sua prevalência na população negra é bem maior do
que na branca. Não morrem mais negros do que brancos porque os médicos deixam
os negros morrerem; morrem mais negros do que brancos porque existem muito mais
negros do que brancos portadores da doença! Seria quase o mesmo que dizer que
os médicos discriminam os brancos porque estes sofrem mais com o câncer de pele
(que sabidamente afeta pessoas de pele mais clara e com menor proteção aos
raios solares), ou que os médicos discriminam as mulheres porque elas morrem de
carcinoma de colo uterino (vejam bem, somente as mulheres possuem úteros). É
cômico para não dizer trágico.
Uma rápida busca nos meios de pesquisa digitais informará que
a prevalência, isto é, a frequência dos diagnósticos da doença falciforme na
população brasileira encontra-se expressivamente concentrada na população que
se declara negra ou, em menor escala, na população parda.
Só para ilustrar, um artigo reportou que na cidade de Uberaba
foram estudados 47 casos presentes em adultos, e que a proporção era
distribuída da seguinte forma: 78,7% em negros, 17% em pardos e 4,3% em brancos,
preponderando o gênero feminino (59,6%)[8].
Daqui a pouco falarão que morrem mais mulheres de doença falciforme do que
homens porque os médicos não gostam das mulheres.
Toda a campanha do governo pode ser interpretada considerando
os seguintes atos:
1.
Procura-se exercer o
recurso erístico – isto é, a trapaça intelectual - conhecido como rotulação
odiosa, no qual se atribui a determinado indivíduo, classe ou grupo um adjetivo
que invoca sentimentos ruins naqueles que escutam a rotulação (neste caso
racista assassino)[9];
2.
Imputa-se crime de ódio
racial à classe médica brasileira, pois se há uma afirmação de que um possível
racismo gera dados estatísticos que demonstram uma pior qualidade de
atendimento a determinada população, ao ponto em que se sugere maior
mortalidade decorrente de tal racismo, há um terrível crime em curso;
3.
Usa-se de forma
inadequada as estatísticas, procurando dar credibilidade científica a dados
interpretados sob forte viés ideológico, atestando extrema incompetência de
órgãos governamentais que deveriam prezar pela qualidade ao cuidar da saúde do
brasileiro ou a simples e criminosa má-fé.
Logo, é difícil concluir outra coisa que não a seguinte: toda
a campanha governista de combate ao “racismo no SUS” não passa de uma manobra
política e ideológica de má qualidade, executada de forma incompetente e com o
objetivo de difamar por meio de imputação de terrível crime a toda uma classe
de profissionais brasileiros, desviando a atenção da população e atribuindo a
culpa por seus problemas de saúde à classe médica e não ao governo, interessado
em manter sua hegemonia.
Sem dúvida nenhuma é um produto deficiente de mentes
corrompidas pelo maquiavelismo político.
Faltou ao Ministério da Saúde o conhecimento, a
responsabilidade, a competência e a boa intenção em servir à população a
verdade dos fatos. Lamentavelmente, é mais um exemplo de um período que talvez
seja conhecido posteriormente por sua extrema concentração de corrupção e
vileza, talvez a maior desde o descobrimento destas terras pelos portugueses há
mais de 500 anos[10].
[1]
ORWELL, George. 1984. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
[2]
Para uma breve resenha comparativa sugiro a leitura da um texto publicado no
SEFAM: ANGOTTI NETO, Hélio. 1984: A Profecia Moderna de George Orwell.
Seminário de Filosofia Aplicada à Medicina. Disponível em: <http://www.medicinaefilosofia.blogspot.com.br/2014/09/1984-profecia-moderna-de-george-orwell.html>.
Acesso em 28 dez. 2014.
[3]
Uma clara alusão de George Orwell à prática soviética de destruir a reputação
de seus inimigos e utilizá-los para capitalizar o ódio das massas. Semelhanças
com o Partido dos Trabalhadores não são mera coincidência. Recomendo a leitura
de: TUMA JÚNIOR, Romeu. Assassinato de
Reputações: Um Crime de Estado. Rio de Janeiro: Topbooks, 2013.
[4]
GIRARD, René. O Bode Expiatório. São Paulo: Editora Paulus, 2004.
[5]
ANGOTTI NETO, Hélio. “POLÍTICAS DE INTERIORIZAÇÃO DO MÉDICO BRASILEIRO”.
Ibérica – Revista Interdisciplinar de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos (ISSN
1980-5837) Vol. VII, Nº 21, 2013, p. 40-56. Disponível em: <http://www.sophiaweb.net/repositorio/iberica/iberica21/interiorizacao-medico-angotti.pdf>.
Acesso em: 28 dez. 2014.
[6]
Alguns locais onde a propaganda de ódio do governo é destilada podem ser vistos
nos seguintes locais: SUS sem racismo: organização governamental no Facebook.
Disponível em: <https://www.facebook.com/SUSnasRedes>. Acesso em: 28 dez.
2014.
Blog da Saúde – Ministério
da Saúde. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/34777-campanha-mobiliza-a-populacao-contra-o-racismo-no-sus>.
Acesso em: 28 dez. 2014.
Portal da Saúde –
Ministério da Saúde. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sgep/doges-departamento-de-ouvidoria-geral-do-sus/ouvidoria-g-sus/noticias-ouvidoria-geral-do-sus/15854-campanha-mobiliza-a-populacao-contra-o-racismo-no-sus>.
Acesso em: 28 dez. 2014.
[7]
CARDOSO, Francisco. SUS SEM FASCISMO - GOVERNO UTILIZA TÁTICA NAZISTA DE PEGAR
DADOS DESFAVORÁVEIS A ELE E JOGAR A CULPA EM UM GRUPO POPULACIONAL ATRAVÉS DA
DETURPAÇÃO DE ESTATÍSTICAS. Disponível em: <http://www.perito.med.br/2014/12/sus-sem-fascismo-governo-utiliza-tatica.html>.
Acesso em: 28 dez. 2014.
BRASIL, Felipe Moura. Campanha do SUS atribui a
‘racismo’ mortes por doença genética predominante em negros. Médicos reagem.
Blog da Veja - Felipe Moura Brasil: Cultura e Irreverência. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2014/12/25/campanha-do-sus-atribui-a-racismo-mortes-por-doenca-genetica-predominante-em-negros-medicos-reagem/>.
Acesso em: 28 dez. 2014.
[8]
FELIX, A.A.; SOUZA, H.M.; RIBEIRO, S.B.F. Aspectos
epidemiológicos e sociais da doença falciforme. Revista Brasileira de
Hematologia e Hemoterapia, 32(3), 2010, p. 203-208.
[9]
Sugiro consultar a excelente obra comentada pelo filósofo Olavo de Carvalho:
SCHOPENHAUER, Arthur. Como Vencer um
Debate Sem Precisar Ter Razão, em 38 Estratagemas (Dialética Erística).
Introdução, Notas e Comentários de Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro: Topbooks,
2003.
[10]
Uma irônica conclusão, que remete ao hábito governista de sempre gabar-se com a
frase “nunca antes neste país...”. Poder-se-ia igualmente tecer o seguinte
comentário: Nunca antes neste país houve tanta corrupção, tanta impunidade e
tanta ausência de vergonha.
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domingo, 21 de dezembro de 2014
A VIRTUDE MÉDICA DA COMPAIXÃO
Artigo originalmente publicado no site Academia Médica, disponível em: http://academiamedica.com.br/compaixao-como-uma-das-virtudes-medico/
Edmund Pellegrino lembra em seu livro sobre virtudes médicas
que muitos criticam o médico contemporâneo justamente por sua falta de
compaixão, por sua insensibilidade[1].
Diariamente, ao tratar um paciente com cordialidade (de cordis – coração), escuto algumas
exclamações de surpresa. Hoje mesmo escutei algo que me deixou triste ao
cumprimentar um paciente da rede pública: “Doutor, você dá a mão?”
Acredito sinceramente que a maioria dos médicos brasileiros
trata bem seus pacientes, mas os maus exemplos gritam enquanto os bons exemplos
sussurram. Além dessa característica típica em se julgar assimetricamente bons
e maus exemplos, há o fato de que existe uma campanha maciça de difamação
profissional movida pelo governo brasileiro, sempre à busca do bode expiatório
da hora[2].
Mas voltemos à compaixão, palavra que significa “sofrer
junto”. Para compreender melhor, podemos também apelar para as definições de
palavras que não são sinônimas de compaixão.
Misericórdia e Piedade, por exemplo, denotam atos de caridade
e graça de alguém em posição superior a alguém de posição inferior. Compaixão
denota uma simetria maior entre o que sofre e o que acompanha o sofrimento. Há
uma assimetria óbvia na relação médico-paciente, mas cabe ao médico trabalhar
também para que a integridade de seu paciente seja preservada ou restituída o
quanto antes. Na reconstrução dessa integridade, o médico precisa “sentir” o
que o paciente sente.
Simpatia é mais abrangente, denotando participação em sentimentos
positivos ou negativos, sem a especificidade da compaixão, muito mais
característica do médico que vive uma situação de sofrimento ao lado do
paciente.
Já a empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro,
imaginando como seria uma determinada resposta frente a uma determinada
situação. Também é mais abrangente que a compaixão, que é a compreensão
participativa do sofrimento alheio. A empatia seria uma habilidade que
possibilitaria uma compaixão adequada à prática médica.
A compaixão não é somente uma necessidade moral, mas também é
uma necessidade intelectual da atividade médica.
Sem a adequada compreensão do sofrimento alheio, o
diagnóstico pode ser comprometido, assim como o plano terapêutico. O médico
pode “sofrer” de forma ineficaz, e julgar mal a situação de seu paciente.
O médico precisa sentir como o paciente sente, porém não pode
ser emocionalmente envolvido a ponto de nublar sua capacidade de raciocínio
clínico e sua objetividade, denotando a qualidade que Sir William Osler
exaltava como Aequanimitas
(autocontrole e constante “presença de espírito”)[3].
Também não há necessidade de que o médico sofra “na carne” o
mal de seu paciente, ou teríamos uma inescapável falta de oncologistas! E
nenhum homem poderia ser ginecologista. Viver de fato a doença oferece uma
perspectiva única e proveitosa para o médico sábio o suficiente, mas não é
pré-requisito.
Há sim a necessidade de que o médico exerça sua compaixão com
a verdadeira postura de um amigo, compreendendo o sofrimento do paciente e
comprometendo-se com a sua cura, com o alívio do mal que o acomete e com o
tratamento respeitoso devido à pessoa querida.
[1] PELLEGRINO, Edmund
D.; THOMASMA, David. The Virtues in Medical Practice. New York, Oxford: Oxford
University Press, 1993.
[2] É pública e notória
a difamação que o Partido dos Trabalhadores e seus aliados movem contra os
médicos, rotulados de inimigos convenientemente no momento em que o governo é cobrado
em relação à qualidade da saúde.
[3] OSLER, William. AEQUANIMITAS: With Other
Addresses to Medical Students, Nurses and Practioners of Medicine.
Philadelphia: P. Blakiston’s Son & Co., 1910.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Editorial da Mirabilia Medicinae, Volume 1
Humanidades Médicas: O Projeto de Edmund Pellegrino
"Para estudar a vida humana é necessário estudar o que é o “humano”. Nas Artes Liberais, nas Belas Artes e demais áreas das Humanidades (Literatura, História, Filosofia, Antropologia e Sociologia).
Mas para estudar as Humanidades Médicas é necessário adentrar na Filosofia da Medicina e saber quais seus aspectos específicos que geram uma Filosofia Moral específica. Só assim podemos compreender e aplicar de forma adequada as ferramentas filosóficas à reflexão em saúde.
Nas sábias palavras de Gregório Marañón y Posadillo (1887-1960), “o médico que somente medicina sabe, nem sequer medicina sabe”. É com vistas a esta busca por um médico humanisticamente mais capacitado (e, acima de tudo, que beneficie mais o paciente) que a seção Mirabilia Medicinæ foi criada. Nosso intento é seguir a (longa) tradição de médicos humanistas, assumir um caráter interdisciplinar por essência e investigar, nos distintos domínios do conhecimento humano, aqueles fragmentos que podem colaborar no grande projeto de tornar a relação médico-paciente mais benéfica e mais rica, cultural e existencialmente, para ambos."
Para saber mais, acesse: http://www.revistamirabilia.com/medicinae/issues/mirabilia-medicinae-1-2013-2
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