domingo, 30 de julho de 2017

RESENHA: DESCONSTRUINDO PAULO FREIRE

O TERRÍVEL PATRONO DA DESEDUCAÇÃO BRASILEIRA




As escolas brasileiras, de regra, são coerentes com o patrono que lhes foi outorgado: Paulo Freire. Com a escusa de se ensinar algo a alguém, o que é praticado dentro das mentes de crianças e adolescentes inexperientes é a verdadeira deseducação.

Em recente obra organizada por Thomas Giulliano, diversos autores constroem uma análise séria, competente e de elevada qualidade sobre a obra e a personalidade de Paulo Freire, destituídos de posturas paralisantes como a devoção embasbacada da hoste de pedagogos brasileiros que tanto amam sem nunca terem lido de fato Freire, e também sem a aversão que incapacita a qualquer um enxergar qualidades de quem se critica, por mais que estas sejam escassas. A análise feita em “Desconstruindo Paulo Freire” envolve diversas perspectivas úteis a todos os pais, professores e jovens que desejam entender melhor o tamanho da enrascada em que se meteram.


No capítulo 1, “Paulo Freire, o patrono do pau oco”, Thomas Giulliano Ferreira dos Santos contextualiza a obra e escava os comprometedores antecedentes ideológicos do patrono da deseducação brasileira. Se o antigo adágio “diga-me com quem andas e te direi quem és” for verdadeiro, Freire está de fato em uma terrível situação. Com uma postura tão dócil e amável diante de tiranos monstruosos como Stálin, Lênin, Mao Tsé Tung e Fidel Castro, Freire acima de tudo “desejava combater uma visão de mundo adversária”.

No capítulo 2, “A educação clássica é a opressão da ignorância”, o professor de Artes Liberais Clístenes Hafner Fernandes desfaz a ardilosa construção de expressões freireanas, mostrando como o projeto ideológico de deseducação é o que realmente oprimirá a juventude brasileira. A educação que mais chances tem de fornecer os instrumentos reais de libertação da mente é justamente aquela tantas vezes difamada e combatida por professores, a boa, rigorosa, árdua e velha educação nas Artes Liberais.

No capítulo 3, “Apontamentos sobre a educação bancária”, Rafael Nogueira aborda o conceito freireano de educação bancária, desumanizante e alienante segundo o patrono. Nogueira também ressalta pontos obviamente positivos da obra de Paulo Freire, que repetiu certas platitudes da sabedoria popular originalmente derivada de antigos como Platão, Plutarco, Montaigne e Schopenhauer. Nogueira também descreve de forma resumida os achados e apontamentos de educadores e filósofos modernos como Frank Laubach, Mortimer Adler, Hannah Arendt e Ken Wilber.

Rafael Nogueira acerta na mosca quando dispara que Paulo Freire parece apenas “um escritor presunçoso e impreciso”, criador de uma obra com “mais conteúdo datado e ideológico do que técnico e metódico”, “enxergando tudo como luta de classes” com uma prática que “visa ao enfrentamento entre as classes sociais”.

O parecer final de Nogueira é duro, mas bem embasado: não vi nenhum mérito pedagógico em Paulo Freire. Talvez seja a hora de reconhecermos que, como educador, ele foi um bom revolucionário”.

No capítulo 4, “Paulo Freire: uma teoria e metodologia em educação e sua eventual relação com o construtivismo”, Roque Callage Neto busca os paralelos entre Freire e referências mundialmente reconhecidas para a educação: Emmanuel Mounier, Jean Piaget e Lev Vigotsky. Segundo o autor, a abordagem reducionista visualizada na obra de Paulo Freire não é uma boa amostra do que o construtivismo na qualidade de filosofia da educação poderia oferecer de útil à educação.

No capítulo 5, “O mundo político de Paulo Freire”, o cientista político Percival Puggina retoma os marcos biográficos de Paulo Freire e suas conexões com o movimento revolucionário no Brasil e na América Latina. Puggina expõe as manobras e estratégias utilizadas por teólogos da libertação dentro da Igreja Católica e no Concílio Mundial de Igrejas, politizando a religião, transformando Deus em César. Se estamos diante de um Brasil imerso no caos, burro, violento e corrupto, uma das conclusões à qual chegamos é a de que somos produtos de uma “ educação da miséria. Os intelectuais orgânicos que comandam o processo não se importam com o paraefeito do que fazem. O arremedo de ensino que criaram cristaliza a desigualdade, atrasa o país, frustra o desenvolvimento humanos de milhões de jovens e lhes impõe um déficit de formação dificilmente recuperável ao longo da vida.

Por fim, no capítulo 6, “Paulo Freire: educação popular, religião, teologia da libertação de inspiração marxista”, Cléber Eduardo dos Santos Dias expõe a profunda identidade entre a obra de Freire e a teologia da libertação, que instrumentaliza alunos, transformando-os em bucha de canhão para a revolução socialista. Cléber também resgata os pífios resultados da obra de Paulo Freire, incapaz de educar cidadãos verdadeiros quando submissos a um governo revolucionário e realmente opressor.

O livro encerra com um preocupante desfile de exemplos da infiltração das idéias de Paulo Freire na academia brasileira.

Se hoje observamos a derrocada de nosso país, que tudo tinha para ser uma potência mundial habitada por um povo próspero e feliz, é necessário identificar os responsáveis. No diagnóstico do estado mórbido em que nos encontramos, Paulo Freire sem dúvida nenhuma consta como importante vetor da praga revolucionária, que tanta morte, opressão, burrice e destruição já legou à história da humanidade nos últimos dois séculos.


Enquanto professores enxergarem em seus pupilos apenas pequenos instrumentos para seus projetos ideológicos, demonstrando a brutal falta de amor e respeito pelo próximo e a vexatória falta de profissionalismo, continuaremos deseducando nossas próximas gerações, condenando nosso país a ser um local de brutalidade e estupidez, elementos característicos da ignorância e da maldade justificada pelas inversões da mentalidade revolucionária.


Livro disponível em: http://historiaexpressa.com.br/ 

Hélio Angotti Neto, 30 de julho de 2017.