O TERRÍVEL PATRONO DA DESEDUCAÇÃO BRASILEIRA
As
escolas brasileiras, de regra, são coerentes com o patrono que lhes foi
outorgado: Paulo Freire. Com a escusa de se ensinar algo a alguém, o que é
praticado dentro das mentes de crianças e adolescentes inexperientes é a
verdadeira deseducação.
Em
recente obra organizada por Thomas Giulliano, diversos autores constroem uma
análise séria, competente e de elevada qualidade sobre a obra e a personalidade
de Paulo Freire, destituídos de posturas paralisantes como a devoção
embasbacada da hoste de pedagogos brasileiros que tanto amam sem nunca terem
lido de fato Freire, e também sem a aversão que incapacita a qualquer um enxergar
qualidades de quem se critica, por mais que estas sejam escassas. A análise feita em “Desconstruindo
Paulo Freire” envolve diversas perspectivas úteis a todos os pais, professores e
jovens que desejam entender melhor o tamanho da enrascada em que se meteram.
No
capítulo 1, “Paulo Freire, o patrono do pau oco”, Thomas Giulliano Ferreira dos
Santos contextualiza a obra e escava os comprometedores antecedentes
ideológicos do patrono da deseducação brasileira. Se o antigo adágio “diga-me
com quem andas e te direi quem és” for verdadeiro, Freire está de fato em uma
terrível situação. Com uma postura tão dócil e amável diante de tiranos monstruosos
como Stálin, Lênin, Mao Tsé Tung e Fidel Castro, Freire acima de tudo “desejava
combater uma visão de mundo adversária”.
No
capítulo 2, “A educação clássica é a opressão da ignorância”, o professor de
Artes Liberais Clístenes Hafner Fernandes desfaz a ardilosa construção de
expressões freireanas, mostrando como o projeto ideológico de deseducação é o
que realmente oprimirá a juventude brasileira. A educação que mais chances tem
de fornecer os instrumentos reais de libertação da mente é justamente aquela
tantas vezes difamada e combatida por professores, a boa, rigorosa, árdua e
velha educação nas Artes Liberais.
No
capítulo 3, “Apontamentos sobre a educação bancária”, Rafael Nogueira aborda o
conceito freireano de educação bancária, desumanizante e alienante segundo o
patrono. Nogueira também ressalta pontos obviamente positivos da obra de Paulo
Freire, que repetiu certas platitudes da sabedoria popular originalmente
derivada de antigos como Platão, Plutarco, Montaigne e Schopenhauer. Nogueira
também descreve de forma resumida os achados e apontamentos de educadores e
filósofos modernos como Frank Laubach, Mortimer Adler, Hannah Arendt e Ken
Wilber.
Rafael
Nogueira acerta na mosca quando dispara que Paulo Freire parece apenas “um
escritor presunçoso e impreciso”, criador de uma obra com “mais conteúdo datado
e ideológico do que técnico e metódico”, “enxergando tudo como luta de classes”
com uma prática que “visa ao enfrentamento entre as classes sociais”.
O
parecer final de Nogueira é duro, mas bem embasado: “não vi nenhum mérito
pedagógico em Paulo Freire. Talvez seja a hora de reconhecermos que, como
educador, ele foi um bom revolucionário”.
No
capítulo 4, “Paulo Freire: uma teoria e metodologia em educação e sua eventual
relação com o construtivismo”, Roque Callage Neto busca os paralelos entre
Freire e referências mundialmente reconhecidas para a educação: Emmanuel
Mounier, Jean Piaget e Lev Vigotsky. Segundo o autor, a abordagem reducionista
visualizada na obra de Paulo Freire não é uma boa amostra do que o construtivismo
na qualidade de filosofia da educação poderia oferecer de útil à educação.
No
capítulo 5, “O mundo político de Paulo Freire”, o cientista político Percival
Puggina retoma os marcos biográficos de Paulo Freire e suas conexões com o movimento
revolucionário no Brasil e na América Latina. Puggina expõe as manobras e
estratégias utilizadas por teólogos da libertação dentro da Igreja Católica e
no Concílio Mundial de Igrejas, politizando a religião, transformando Deus em
César. Se estamos diante de um Brasil imerso no caos, burro, violento e
corrupto, uma das conclusões à qual chegamos é a de que somos produtos de uma “
educação da miséria. Os intelectuais orgânicos que comandam o processo não se
importam com o paraefeito do que fazem. O arremedo de ensino que criaram
cristaliza a desigualdade, atrasa o país, frustra o desenvolvimento humanos de
milhões de jovens e lhes impõe um déficit de formação dificilmente recuperável
ao longo da vida. ”
Por
fim, no capítulo 6, “Paulo Freire: educação popular, religião, teologia da
libertação de inspiração marxista”, Cléber Eduardo dos Santos Dias expõe a
profunda identidade entre a obra de Freire e a teologia da libertação, que
instrumentaliza alunos, transformando-os em bucha de canhão para a revolução
socialista. Cléber também resgata os pífios resultados da obra de Paulo Freire,
incapaz de educar cidadãos verdadeiros quando submissos a um governo
revolucionário e realmente opressor.
O
livro encerra com um preocupante desfile de exemplos da infiltração das idéias
de Paulo Freire na academia brasileira.
Se
hoje observamos a derrocada de nosso país, que tudo tinha para ser uma potência
mundial habitada por um povo próspero e feliz, é necessário identificar os
responsáveis. No diagnóstico do estado mórbido em que nos encontramos, Paulo
Freire sem dúvida nenhuma consta como importante vetor da praga revolucionária,
que tanta morte, opressão, burrice e destruição já legou à história da
humanidade nos últimos dois séculos.
Enquanto
professores enxergarem em seus pupilos apenas pequenos instrumentos para seus
projetos ideológicos, demonstrando a brutal falta de amor e respeito pelo
próximo e a vexatória falta de profissionalismo, continuaremos deseducando
nossas próximas gerações, condenando nosso país a ser um local de brutalidade e
estupidez, elementos característicos da ignorância e da maldade justificada
pelas inversões da mentalidade revolucionária.
Livro disponível em: http://historiaexpressa.com.br/
Hélio Angotti Neto, 30 de julho de 2017.