quarta-feira, 16 de novembro de 2016

AEQUANIMITAS: William Osler e a Tranquilidade Médica

EQUANIMIDADE - A TRANQUILIDADE MÉDICA


A cena se repete em filmes e seriados. E todos os dias acontece na vida real. Um paciente gravíssimo chega, à beira da morte, e a equipe calmamente, porém sem demora, reage como se fizesse a coisa mais comum do mundo, mais corriqueira e sem importância. Na mesa de cirurgia, uma hemorragia ameaça tomar a vida do paciente; o cirurgião tranquilamente trabalha sobre a complicação para finalizar a cirurgia normalmente logo após.

As aparências enganam. O coração acelera na hora da cirurgia complicada ou do atendimento emergencial. A adrenalina está nas veias. Mas o médico desenvolveu uma curiosa capacidade: a Equanimidade. Seu ânimo não varia, seus movimentos mantêm-se contínuos - como se nada perturbasse o profissional - e sua face, quase que inexpressiva.

Ao observador incauto, essa ausência de expressividade e nervosismo pode parecer frieza, mas é elemento indispensável ao bom médico. Manter a mente alerta e tranquila, assim como a expressividade e os movimentos corporais durante graves situações, só reforça a confiança que o paciente depositou no médico e a confiança que a equipe tem em seu líder. 

William Osler afirmava que a Equanimidade não era apenas uma vantagem, era uma necessidade positiva ao exercer o juízo acerca de um quadro clínico ou executar uma operação delicada.

Osler recomendava que cada médico cultivasse a Equanimidade, porém, sem jamais deixar endurecer o coração que o liga à prática humana da medicina.