DIALÉTICA, CONTRADIÇÃO E BURRICE - ASCENSÃO E QUEDA DA ESQUERDA BRASILEIRA
Uma análise relativamente rápida nos mostra um cenário em rápida evolução cultural.
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Porém, havia um elemento contraditório que, inevitavelmente se mostraria problemático. Como Olavo de Carvalho aponta de forma magistral, nossa esquerda subia amparada intelectualmente por dois grandes nomes: Gramsci e Raimundo Faoro. Marcharam para dentro das instituições para controlá-las com o discurso e a justificativa de quebrar o velho e tosco patrimonialismo.
Só que eles se transformaram justamente na epítome patrimonialista, fisiológica, autoritária e burra de nossos tempos! Do casulo não saiu a borboleta, saiu uma larva ainda mais asquerosa e pegajosa. Ao entrar nas instituições, eles se transformaram no estamento superior de nossa sociedade. Eles eram os atores descritos por Faoro!
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Agora, observo a esquerda cair de podre. Inseridos no poder, não restou inteligência, tampouco o verniz de civilidade, somente os trejeitos da malandragem cômica da brasilidade marota. Mesmo ocupando os postos culturais e a mídia de massa, sua feiura moral e mental se revela a quem quer que abra os olhos.
Destituídos dos meios estratégicos e intelectuais que efetivamente os levaram ao poder, apelam para os fraquíssimos chavões e vulgaridades que abundam nos canais de televisão e jornalecos que serviriam melhor para embrulhar fezes caninas largadas nas ruas.
O gás intelectual da esquerda acabou. A maioria da população assiste constrangida ao show de horrores de uma cultura demolida, de uma inteligência decaída. As causas tornam-se cada vez mais excêntricas, cada vez mais apelativas e chocantes: abortismo, pedofilia, bandidolatria etc. Talvez seja um último esperneio tentando maquiar o profundo ridículo no qual se encontram, um truco final apostando na burrice universal, na cegueira absoluta daqueles que desejam manipular. Como a serpente (ou galinha) que perde a cabeça, seu corpo ainda se contorce, e ainda controlam os meios, mesmo que seus propósitos sejam absurdos e a inteligência que os levou até lá esteja morta.
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A maioria da população hoje é conservadora em costumes e relativamente liberal em termos econômicos. A juventude, todavia, em boa parte envenenada pelo discurso odiento da esquerda, destilado nos cursos de humanas, pode ser tentada a seguir o caminho mais fácil, o caminho da arbitrariedade, da violência e da falsa superioridade, mas até mesmo eles já despertam.
O risco talvez seja acreditar que a solução para a esquerda seja a ascensão da direita, seu mover o pêndulo para o outro lado. É um pensamento fácil e abstrato. Grotesco, eu diria. A solução para o cenário atual é adquirir inteligência, agir com bondade e cuidar do próximo que está a seu lado.
Sim, eu estou à direita do espectro político, com forte tendência ao conservadorismo cultural e ao liberalismo econômico. Sim, eu considero esta a posição mais digna, moral e inteligente que existe neste momento. Contudo, utilizar isso como rótulo ou refúgio é ceder à cruel dialética das abstratas figuras de linguagem e aos reducionismos que atentam diretamente contra a boa filosofia e a inteligência. A esquerda caiu na própria dialética. Que não se faça o mesmo dos outros lados.
Hélio Angotti Neto