Minha linha de pesquisa levou-me a pesquisar a Ética Médica ao longo dos milênios. Parte desse esforço inclui a necessidade de compreender como os antigos, os medievos e os modernos enxergaram o mundo. O que foi descartado, o que foi absorvido, o que foi destruído e o que foi criado de novo ou recriado.
No caminho para entender melhor a mente daqueles que fundaram nossa civilização, deparei-me com uma obra preciosa, recentemente traduzida e lançada pela É Realizações: A Imagem Descartada: Para Compreender a Visão Medieval do Mundo, escrita pelo fantástico C. S. Lewis, conhecido principalmente pelo seus livros infantis, secundariamente pela sua obra apologética e, por alguns poucos, pela sua obra de Alta Cultura e resgate das bases culturais de nossa civilização.
Lá estão Boécio, PseuDionísio e Apuleio. Lá estão as descrições do Céu, os Seres Longevos, a Terra e seus habitantes. Lá está o "Modelo", como Lewis chamava.
As referências e alusões da obra são muito ricas e distantes para o leitor brasileiro, e aqueles que ousarem confrontar o lado mais complexo - e por que não dizer rico - da obra do criador das Crônicas de Nárnia, encontrarão um maravilhoso convite para entrar no mundo dos clássicos e na mente dos antigos.