O ESPINHO NA CARNE DA BIOÉTICA!
Trecho do trabalho do Professor Tom Koch, acerca do Juramento de Hipócrates e de sua infame recepção por alguns bioeticistas contemporâneos, tema discutido também no livro "A Tradição da Medicina".
"Não há nada bizarro, esotérico ou especificamente preso ao tempo sobre os imperativos éticos do Juramento de Hipócrates. Sua insistência no cuidado com o paciente e na saúde como primeiros deveres do médico apresenta imperativos éticos com força ética, legal e social ainda válida. Nem o Juramento, ainda citado em centenas de escolas médicas e em várias línguas diferentes, e nem a medicina que Hipócrates descreveu foram secretos. Na verdade, foi sua ampla disseminação ao longo dos séculos que permitiu sua adoção quase universal.
O Juramento é dado aos médicos porque eles são aqueles a quem a sociedade cede a responsabilidade primária pelos cuidados com o paciente. Eles (os médicos) têm conhecimento especial sobre diagnóstico e tratamentos não disponível à pessoa comum e, logo, são responsáveis por usar aquele conhecimento para promover o que mais interessa aos pacientes em seus cuidados. E, ao longo de suas vidas, durante as quais os médicos confrontam repetidamente os dilemas em saúde, eles são considerados – com razão – como detentores de um conhecimento especial sobre como resolvê-los, conhecimento este retirado da constante experiência."
“There is nothing bizarre, cultish, or even particularly dated about the
ethical imperatives of the Hippocratic Oath. Its insistence on
patient care and health as a physician’s primary duty presents an ethical
imperative with ongoing ethical, legal, and social force. Neither The
Oath, which is recited at hundreds of medical schools in a variety of
languages, nor the medicine that Hippocrates described was secret. Indeed, it
was their broad dissemination over centuries that permitted their
near-universal adoption.
The Oath is given to physicians
because they are the ones to whom society cedes primary responsibility for
patient care. They have special knowledge about diagnosis and treatments not
available to the average person and thus are given the responsibility to use
that knowledge to promote the best interests of the patient in care. And,
during working lives in which dilemmas of care are repeatedly faced, they are
reasonably expected to have some special knowledge, drawn from constant
experience, about the means of their resolution."
Link da página pessoal do autor: http://kochworks.com/index.php
KOCH, Thomas. The Hippocratic Thorn in Bioethics’ Hide: Cults, Sects and
Strangeness. Journal of Medicine and Philosophy, 39(1), 2013, p. 75-88.