quinta-feira, 7 de março de 2019

BREVES REFLEXÕES

ENSINAR HUMANIDADES MÉDICAS É, NO FIM DAS CONTAS, TER COMO PROJETO DE VIDA TORNAR-SE UM MÉDICO DE EXCELÊNCIA PROFISSIONAL
Há que se diferenciar duas posturas que podem ser chamadas de filosóficas (uma delas, inadequadamente apontada como tal):
1 - A do humilde, que sabe o que sabe e sabe o que não sabe, e que sempre está disposto a aprender em todas as oportunidades, sem ignorar a qualidade do que já aprendeu;
2 - A do falso modesto, que afirma nada saber como desculpa para relativizar o conhecimento alheio enquanto posa de sábio e prudente, algo que no fim das contas nada mais é do que a mais pura arrogância disfarçada.
Como aprendi há muitos anos no início do Curso de Filosofia do Olavo de Carvalho, aprender algo é aprender algo que antes não se sabia. Saber algo é saber de algo que alguém não sabe e, portanto, arriscar a incompreensão por parte daqueles que não estudaram ou não viveram experiência semelhante.
Quem quer ensinar algo precisa saber sobre o que deseja ensinar. Não se transmite aquilo que não se tem. Portanto, na educação, o papel do professor/mediador é importantíssimo, mas, por outro lado, só se ensina a quem quer aprender de fato.
Nesse contexto, reflito sobre a possibilidade de ensinar Humanidades Médicas como algo ligado a um projeto de vida no qual o objetivo nada mais é do que o aprimoramento pessoal intrinsecamente ligado às virtudes da profissão em um âmbito de partilha de experiências e conhecimentos. Tal objetivo é o próprio projeto socrático da filosofia que encontrou sua máxima expressão e perfeição no advento do Cristo.
As Humanidades Médicas são um grande projeto de vida que nunca se completa, mas que encontra sua realização conforme seus modelos de excelência se espalham em meio às profissões de saúde.