quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

PARTICIPAÇÃO DO MÉDICO EM SOCIEDADE - 14º PRINCÍPIO DO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Princípio XIV – O Médico Vive em Sociedade



XIV - O médico empenhar-se-á em melhorar os padrões dos serviços médicos e em assumir sua responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde.

O princípio se inicia com o compromisso em manter o nível de excelência, isto é, permanecer em constante aperfeiçoamento da qualidade. Ao médico não é permitida a leniência ou o descaso. Deve sentir-se responsável pela saúde da comunidade onde habita e, em tempos globalizados, com a saúde geral.

Não basta o aspecto assistencial. O médico também deve atentar à educação da sociedade e à análise das leis que regem os cuidados com saúde, cumprindo uma vocação a ser também o guardião tanto de seu paciente individual quanto do restante das pessoas.

A participação política é mais do que desejável, é obrigatória para o médico. Deve ocupar as instâncias que discutem a saúde brasileira e exercer papel efetivo de líder em seus postos de trabalho. Ideal quase utópico em nossos dias de alienação do profissional da saúde. Os grandes exemplos de médico muitas vezes se trancam em seus consultórios enquanto aqueles que optam pela participação política são apontados como aqueles que “desistiram” de serem médicos. Nada poderia mostrar de forma tão evidente a completa alienação da classe como um todo, e nada poderia apontar de forma tão clara para a necessidade de adquirir uma formação humanística de qualidade para que a ação política ocorra de forma verdadeira e responsável.

Por meio da participação política, o médico pode trabalhar em prol da melhoria das condições de assistência à população, assim como pode efetivar medidas de educação em saúde e promover a prevenção de diversas doenças ou sua detecção precoce. Poderá também exercer influência positiva ao indicar obras e medidas necessárias para elevar o padrão de vida das pessoas e, consequentemente, sua saúde.

Na concepção dos gregos antigos, o objetivo do esforço pedagógico era formar um cidadão maduro, o Spoudaios. Para ser um cidadão efetivo, deve o médico ser capaz de atuar em todas as instâncias de sua comunidade de forma proativa, desde as medidas isoladas às ações coletivas e legislações em saúde.


A sociedade espera de seu médico um guardião, um verdadeiro agente beneficente, capaz de fazer a diferença. O médico não tem o direito de negligenciar ou desacreditar essa valiosa confiança, sob o risco de destruir a honra da profissão e prejudicar diretamente seu paciente.